Energia solar atrai empreendedores em busca de economia

Por Rogério Lagos, do Jornal de Negócios do Sebrae-SP

Um dos principais itens dos custos de muitas das empresas, a energia elétrica tem ficado mais cara. Com a crise hídrica que o Brasil atravessa, desde setembro tem sido aplicada a bandeira tarifária que adiciona R$ 14,20 nas contas a cada 100 kWh consumidos. Diante desse cenário, a solução para as micro e pequenas empresas reduzirem seus gastos pode vir do céu: o sol, que passou a ser um grande aliado para geração de eletricidade de forma limpa e sustentável por meio dos chamados sistemas de energia solar fotovoltaica.

Pesquisa realizada pelo Sebrae em Mato Grosso com mais de 350 empresas em 2020 aponta que a energia elétrica representa 15,44% dos custos que mais pesam no dia a dia. De acordo com a consultora de negócios do Sebrae-SP Patrícia Peceguini, esse valor pode variar ainda mais dependendo do porte e segmento da empresa, além das diferenças climáticas que influenciam no uso do ar-condicionado.

Por Rogério Lagos, do Jornal de Negócios do Sebrae-SP

Um dos principais itens dos custos de muitas das empresas, a energia elétrica tem ficado mais cara. Com a crise hídrica que o Brasil atravessa, desde setembro tem sido aplicada a bandeira tarifária que adiciona R$ 14,20 nas contas a cada 100 kWh consumidos. Diante desse cenário, a solução para as micro e pequenas empresas reduzirem seus gastos pode vir do céu: o sol, que passou a ser um grande aliado para geração de eletricidade de forma limpa e sustentável por meio dos chamados sistemas de energia solar fotovoltaica.

Pesquisa realizada pelo Sebrae em Mato Grosso com mais de 350 empresas em 2020 aponta que a energia elétrica representa 15,44% dos custos que mais pesam no dia a dia. De acordo com a consultora de negócios do Sebrae-SP Patrícia Peceguini, esse valor pode variar ainda mais dependendo do porte e segmento da empresa, além das diferenças climáticas que influenciam no uso do ar-condicionado.

A empreendedora conta, ainda, que pretende utilizar a economia com os custos de energia para fins pessoais. “Pretendo viajar mais e fazer uma reserva para a faculdade do meu filho”, revela.

No Sítio Harmonia, na cidade de Caconde, também no interior de São Paulo, o produtor rural e presidente do Sindicato Rural no município, Ademar Pereira, também buscou a solução na energia gerada pelo sol. O empreendedor conta que foi o primeiro a instalar o sistema na região em 2018 motivado pela economia, já que seu uso impacta diretamente de forma positiva nos custos de sua produção de café.

Antes gastava em média R$ 1,5 mil com energia, mas hoje não passa de R$ 70 por mês. “Essa diferença nos ajudou a investir em equipamentos importantes na produção, como sistemas de irrigação, cercas elétricas e muitas outras necessidades que auxiliam no processo como um todo. Essa economia permite que façamos muitas coisas que antes não tínhamos recursos”, explica Pereira.

O empreendedor afirma que ainda afirma que, atualmente, mais de 100 pequenas propriedades rurais em Caconde utilizam o sistema de energia solar fotovoltaico, assim como o serviço de internet que se faz valer do sistema em cumes de montanhas para retransmitir o sinal Wi-Fi para mais de 1,3 mil produtores da cidade. “Foi uma revolução. Algo simples, mas que transformou a realidade dentro do município conectando o produtor rural e fazendo com que esse mundo digital exista no agronegócio de Caconde”, comemora.

O Sebrae-SP na região, por meio do Escritório Regional de São João da Boa Vista, oferece informações e ajuda os pequenos produtores rurais a analisar a viabilidade de implantar o sistema de energia solar em suas propriedades. “Muitos entendem que energia solar é só para empresas grandes, mas o Sebrae mostra que o pequeno também se beneficia muito. Consultores de finanças visitam as nossas propriedades e mostram em uma planilha de Excel os cálculos do nosso consumo de energia, dimensionam o investimento e analisam o retorno. Tudo isso facilita a nossa tomada de decisão”, explica Pereira.

Espaço para crescer

Apesar das vantagens, poucas pequenas empresas conhecem os benefícios e como funciona, na prática, a implantação desse sistema. A pesquisa “Energia Solar e os Pequenos Negócios no Brasil”, realizada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em parceria com a Absolar e a Fundação Seade, aponta que das 3.199 empresas ouvidas, apenas 0,1% das microempresas e empresas de pequeno porte já instalaram o sistema de geração fotovoltaica.

Outros 9,2% dizem conhecer, mas não usam; 20% não conhecem; enquanto 70,7% conhecem pouco e não usam. Em contrapartida, o estudo mostra que, dos empresários e empresárias que possuem o sistema fotovoltaico, 83,9% reduziram os gastos com energia elétrica e mais da metade (60%) pretende investir mais em energias renováveis, sendo que, desses, 47,5% na fonte solar fotovoltaica.

Para a consultora Patrícia Peceguini, os valores economizados com energia geram uma redução nos custos totais do negócio e aumentam a lucratividade da empresa. “O resultado (lucro) maior promove um aumento do capital de giro, que pode ser utilizado para reserva de emergência, compra de mercadorias com desconto, redução de despesas com juros e antecipações, ou ainda, para investimentos diversos”, comenta.

VIA EXAME